Colheita do milho atinge 77% da área cultivada no RS
Segue a colheita da cultura do milho, apesar de menos intensa, pela prioridade da soja e do arroz, e atinge 77% da área cultivada no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (15/04) pela Emater/RS-Ascar, em convênio com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpdr), 12% das áreas de milho estão em maturação, 9% estão em enchimento de grãos e 2%, em floração (pendoamento). As lavouras da Metade Sul apresentam produtividades boas, pois sofreram menos com a estiagem da primavera.
Na Regional de Santa Rosa, 84% da área foi colhida. Apesar das chuvas no final de novembro e dezembro, a produtividade média das lavouras de milho grão (somando safra e safrinha) está em 3.116 quilos por hectare. Com a retomada das chuvas no estádio reprodutivo, mesmo que tardiamente, estas devem amenizar os danos sofridos pela cultura nos meses anteriores. A colheita das áreas de milho deve atrasar um pouco em função das máquinas colhedoras estarem priorizando a da soja. Assim que finalizarem, deve ser retomada a colheita do milho.
O milho, na região de Passo Fundo, teve 94% das áreas colhidas. Na de Erechim, 80% colhida, com perdas de 40%. A produtividade está em 5.529 quilos por hectare. Empresas fazem contratos de compra a R$ 80,00/sc. Na de Porto Alegre, a colheita avançou para 64% da área, com produtividade média de 4.538 quilos por hectare, dentro do previsto. O atraso no plantio, o clima e a presença de cigarrinhas – praga nova e muito agressiva – preocupam produtores sobre o desenvolvimento do milho do tarde. Com as últimas chuvas, a maioria das lavouras está fora de perigo, e deverá apresentar boas produtividades.
Milho silagem – Na Regional de Bagé, a ensilagem das lavouras de milho avançou de forma significativa. Na Campanha, permanecem relatos de excelentes produtividades, com lavouras atingindo até 60 toneladas por hectare de massa verde. A alta produção exigiu maior atenção com a regulagem das ensiladeiras e trabalho em velocidades mais baixas. As produtividades elevadas reduziram a área necessária de produção para enchimento de silos, e produtores reservam parte das lavouras para a colheita de grãos, visando reduzir custos com aquisição de ração para bovinos de corte e de leite.
Na Regional de Pelotas, segue a colheita, chegando a 81% das áreas. O preço da silagem ensacada posta no local de compra permanece estável em R$ 0,50/kg e comercializada na propriedade, entre R$ 0,25 e R$ 0,35/kg. Já na de Erechim, a produtividade média é de 25,8 toneladas por hectare, redução de 35%. A colheita chegou a 90% da área.
SOJA AVANÇA PARA FINAL DA COLHEITA
A colheita da soja se encaminha para o final em algumas regiões. Propriedades menores já estão encerrando a atividade. No RS, 54% da área cultivada com soja foram colhidas, estando 37% em maturação e 9% das áreas em enchimento de grãos.
Na Regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita avançou para 35% da área ocupada com a oleaginosa. As condições climáticas foram favoráveis à operação, mas na progressão dos dias o teor de umidade nos grãos já estava aquém do ideal, gerando alguns danos mecânicos ao tegumento, prejudicando a produção de sementes. As precipitações ocorridas no dia 11/04 devem amenizar a situação. A produtividade
continuou satisfatória, em média, acima da expectativa inicial, chegando a até 4.800 quilos por hectare, incomuns para a região. Contudo, em microrregiões com menores precipitações, as produtividades partiram de 1.500 quilos por hectare.
Nas regionais de Erechim e Passo Fundo, lavouras de soja estão 70% e 80% colhidas, respectivamente. O desenvolvimento continua satisfatório. Conforme a colheita avança, a produtividade diminui, principalmente em plantios efetuados em dezembro. Na Regional de Erechim, a produtividade média de 3.720 quilos de soja por hectare, 11% maior que a média do Estado. Municípios com mais tradição no cultivo, como Quatro Irmãos, Ipiranga do Sul, Jacutinga e Sertão, a produtividade é maior do que 4 mil quilos por hectare.
Arroz – As condições climáticas possibilitaram mais uma semana de avanço na colheita, chegando a 80% das lavouras implantadas nessa safra. O rendimento da cultura é excelente, favorecido pelo clima e possibilidade de irrigação no período da estiagem. Na Regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, os rendimentos oscilam entre 7 e 9 toneladas por hectare, garantindo rentabilidade satisfatória para a cultura. O rendimento de engenho e qualidade dos grãos encontram-se dentro de patamares adequados, com grãos pouco manchados e de 58 a 60% de grãos inteiros. Na Campanha, as lavouras em fase final de enchimento dos grãos ou maturação têm perspectivas de boa produção, pelo clima adequado desde meados de fevereiro, que coincidiu com a fase reprodutiva dessas áreas. Não tiveram limitações no suprimento de água para irrigação devido aos altos volumes de chuvas registrados em janeiro e na primeira quinzena de fevereiro. Em geral, apresentam muito boa sanidade foliar, de colmos e panículas.
Feijão 1ª safra – Nos Campos de Cima da Serra, na Regional de Caxias do Sul, a colheita já ultrapassa 80% da área, e deve ser finalizada já na próxima semana. As condições climáticas na colheita foram muito favoráveis, resultando em excelente qualidade de grãos. O rendimento médio está se confirmando em 2.465 quilos por hectare.
Feijão 2ª safra – Na Regional de Ijuí, cultura em estádio reprodutivo, com redução do potencial produtivo nas lavouras de sequeiro. Cultura irrigada com boa formação de vagens e baixa incidência de pragas e doenças. Na de Frederico Westphalen, 10% das lavouras estão colhidas. A cultura segue com bom desenvolvimento. Expectativa de rendimento de 1.800 quilos por hectare. Na Regional de Pelotas, algumas áreas do feijão de 2ª safra permanecem por colher, mas são muito pequenas e direcionadas predominantemente para o consumo familiar. São lavouras semeadas em janeiro a fevereiro. Esta produção está concentrada na região produtora de tabaco de São Lourenço do Sul, Canguçu e Pelotas.
CULTURAS DE INVERNO
Trigo – Na Regional de Ijuí, segue o planejamento da próxima safra da cultura. Durante a semana, foi intensa a semeadura da cultura do nabo forrageiro, com a retirada da soja e preparo da área para o plantio do trigo. No entanto, em áreas de soja com presença da doença Mofo Branco houve diminuição desta prática, pois o nabo forrageiro é uma cultura hospedeira da doença.
Na Regional de Santa Rosa, em função dos preços praticados e melhoria dos prognósticos climáticos para o cultivo do cereal, é boa a perspectiva para o cultivo da nova safra, inclusive com aumento de área em função da venda de sementes nas cooperativas e agropecuárias da região. Os projetos de custeio das lavouras para a
próxima safra estão sendo recebidos e liberados pelas instituições financeiras. O início do plantio deverá ocorrer a partir da segunda semana de maio. Alguns produtores que já tiveram suas operações liberadas estão priorizando as compras dos insumos, em especial a semente, com o objetivo de garantir as variedades mais produtivas.
PASTAGENS E CRIAÇÕES
Mesmo com a boa umidade do solo e as temperaturas entre quentes e amenas, o campo nativo apresenta sensível diminuição de crescimento das gramíneas. Isso ocorre pela redução do fotoperíodo, induzindo as espécies a finalizarem seus ciclos produtivos. O mesmo ocorre com as pastagens estivais anuais, sendo observada a grande queda de folhas disponíveis para pastejo. Essa é uma época que exige planejamento do uso das pastagens, havendo necessidade de ajustar as dietas, com a complementação com alimentos conservados.
O plantio das espécies cultivadas de inverno aumentou em função das condições meteorológicas favoráveis, sendo que as primeiras áreas implantadas já apresentam boa germinação. Está sendo dada preferência pelo cultivo de espécies como azevéns diploides melhorados e tetraploides, aveia branca, aveia preta melhorada, trigo e centeio para pastoreio. Além disso, em diversas áreas ocorre a germinação do azevém existente no banco de sementes do solo.
Na Regional de Pelotas, em Pedras Altas, em torno de 50% dos produtores de leite já semearam as pastagens de inverno. Com o andamento da colheita do arroz, aumenta o número de restevas de arroz sendo utilizadas como forragem para os rebanhos. A produção de leite está dentro do esperado para a época, apresentando redução de quantidade devido ao período de entressafra de forrageiras. Alguns pecuaristas já estão utilizando a silagem para alimentar seus animais, amenizando o vazio forrageiro antes que as pastagens de inverno comecem a ser utilizadas. Esse período exige ajustes nas dietas dos rebanhos e intensificação do uso de alimentos concentrados, porém em função do preço dos grãos, a suplementação é feita com muita cautela pelos produtores.
PISCICULTURA – Após a comercialização da Semana Santa, os piscicultores se dedicam à organização dos viveiros para o próximo repovoamento ou remanejo dos peixes que restaram. Em diversas propriedades ainda é realizada a despesca, para a comercialização dos peixes que restaram, antes da chegada do inverno. Nos viveiros que estão secos, é realizada a limpeza, desinfecção e fertilização, antes de receberem água novamente. Nos tanques que não foram secos, a água permanece com bom nível, porém em algumas regionais, como de Passo Fundo e Erechim, o baixo volume de chuvas é insuficiente para garantir a manutenção da qualidade da água, adiando o repovoamento dos açudes.
Foto: Eduardo Brocca Lentz – Cerro Grande do Sul – milho varietal Planalto
FONTE: IMPRENSA EMATER/ASCAR-RS