Usina Hidrelétrica de Itapiranga: uma luta de resistência a mais de 40 anos
Na última quinta-feira, 27, o prefeito Elton Tatto, a presidenta do STR Claudiane Schauren da Silva, o agricultor Eugenio Stein, a servidora Sonia dos Santos e o agricultor Darci Puhl participaram de uma reunião do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem) no antigo Colégio Agrícola em Sede Capela Itapiranga.
O motivo da nova mobilização do movimento se dá devido ao fato novo de uma nova empresa estar autorizada a fazer o estudo de viabilidade da UHE de Itapiranga /SC, a qual atinge os municípios de Mondai/SC, Itapiranga/SC, Vicente Dutra/RS, Caiçara/RS e Pinheirinho do Vale/RS.
A história da Usina Hidroelétrica de Itapiranga é muito antiga, segundo relatos do Agricultor Gilberto Stein em 1979 já havia manifestações contraria a construção da barragem, que inicialmente era projetada para ser construída com dimensões de mais de 50m de altura. Desde então o movimento (MAB) já teve inúmeras manifestações, com sucesso, algumas delas que marcaram foi em 1984 onde atingidos orientados pelo MAB arrancaram todos os marcos que estavam sinalizando a extensão da barragem e a área atingida. Em 1985 foi feito um abaixo-assinado com mais de 1 milhão de assinaturas e encaminhado as autoridades em Brasília. Em 2009 foi realizado um estudo econômico de todos os municípios atingidos, segundos dados da Secretaria da Agricultura de Pinheirinho do Vale o retorno da barragem chegaria a R$ 36.740.197,00/ano sendo que o município arrecadou mais de R$ 100.000.000,00 naquele ano. Com esse estudo fica claro que a barragem não é viável economicamente para os municípios atingidos, além da destruição ambiental e social que causaria. No ano de 2016, a empresa ENGEVIX encarregada do estudo de viabilidade, não realizou o mesmo, devido a resistência das famílias atingidas e em virtude de ter sido investigada na operação Lava Jato, e desde 2017 a UHE de Itapiranga não teve mais movimentação.
Atualmente o movimento dos atingidos por barragem solicitou ao Ministério de Minas e Energia que a UHE Itapiranga fosse excluídas do cronograma de Barragens do Rio Uruguai, sem sucesso, pois a mesma esta projetada para 2024. O fato novo no momento é que já tem uma nova empresa contratada para o estudo de viabilidade, a “Múltiplas Participações LTDA” de Santa Catarina.
“Já são mais de 40 anos de resistência, de luta contra esta barragem, já fizemos inúmeras ações junto ao governo para que cancelassem o projeto”, afirma Roque Theobal, da coordenação local do MAB.
Umas das pautas de reivindicação da região ameaçada pela barragem, decidida na reunião, será o posicionamento dos municípios atingidos, o documento será encaminhado aos senadores e deputados, com o objetivo de sensibilizar as autoridades aos problemas sociais, econômicos e ambientais que a construção da barragem vai ocasionar.
Segundo o prefeito Elton Tatto, o impacto ambiental, social e econômico, não é viável aos municípios a construção da barragem. “No momento Pinheirinho do Vale está em franco crescimento, em desenvolvimento, com a possibilidade de explorar energias alternativas, como a energia solar, sem criar tanto impacto com a natureza e as comunidades, para nós não é viável, o município está se desenvolvendo, com inúmeros investimentos, nós não concordamos com essa forma de barragem, entendemos que tem outras modalidades de produzir energia sem causar tantos prejuízos a nossa população”, disse o prefeito.
Fonte: Assessoria de imprensa Prefeitura de Pinheirinho do Vale