Emater/RS-Ascar alerta para manejo de pragas na cultura do milho
Através do monitoramento de lavouras de milho na região Norte do Estado, as equipes da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), verificaram a presença de pragas, como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que é considerada uma das pragas mais severas que atingem a América Latina.
De acordo com o extensionista rural e gerente regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz, neste ano, em decorrência das condições climáticas de pouca chuva, houve a intensificação da proliferação da cigarrinha-do-milho na região. “Este cenário nos preocupa, pois esta é uma praga que ataca cedo. Ela ataca já nos primeiros dias de estabelecimento da cultura. Neste período, além da rápida proliferação, também acontece a infecção das plantas de milho, ou seja, a transmissão do enfezamento e de viroses que irão se manifestar ao longo do ciclo, em especial próximo à floração e enchimento de grãos”, alertou Schwerz.
Segundo ele, é importante que o produtor fique atento e faça o monitoramento constante das lavouras, adotando medidas estratégicas de controle. Além dos danos decorrentes do ataque desta praga, que acomete a planta através da sucção da seiva, também pode ocorrer a transmissão de fitopatógenos como os molicutes, responsáveis pelo enfezamento vermelho, plantas infectadas pelo fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma) e pelo enfezamento pálido, espiroplasma (Spiroplasma kunkelii), além do vírus conhecido como Raiado Fino (Maize rayado fino-MRFV).
“Essas espécies de bactérias se multiplicam no floema das plantas dificultando a circulação de seiva, limitando o crescimento e o desenvolvimento delas por todo o ciclo. Hoje, nessa região, nós encontramos muitas áreas comprometidas. Essa praga pode causar até 100% de perda na cultura do milho. Além de comprometer o sistema vascular, ela pode avançar para o sistema radicular, causando o tombamento dessas plantas”, reforçou Luciano.
O monitoramento constante das lavouras é muito importante para avaliar o desenvolvimento das plantas, bem como para observar o possível ataque de pragas e doenças. “Na maioria das vezes, o agricultor tem dificuldade de observar e identificar essa praga, porque ela se aloja dentro das folhas enroladas (charuto), o que dificulta a observação a olho nu”, completou.
A cigarrinha-do-milho é uma praga que mede de três a quatro milímetros, de cor amarelada e que tem um deslocamento rápido. Ela tem um ciclo de 25 a 40 dias, o que permite uma rápida multiplicação e, por consequência, requer aplicações sequenciais para o manejo. “O agricultor irá realizar uma aplicação, controlando as pragas que estão presentes, mas ainda ficarão as posturas, que geralmente estão nas nervuras da planta, por isso é importante reaplicar o produto em torno de nove dias após a primeira aplicação, além de continuar o monitoramento”, orientou Schwerz.
De acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar, hoje os produtos com maior eficiência para o manejo desta praga têm em sua composição acefato, imidacloprida e tiametoxam. Também existem produtos biológicos que podem ser usados para o manejo dessa praga, como o Beauveria bassiana, fungo que age como parasita no combate a insetos, mas deve ser aplicado em condições de umidade relativa do ar alta e temperatura amena.
“Nós reforçamos que este cenário se trata de uma situação bastante grave, por isso é muito importante o monitoramento das lavouras. Na nossa região temos lavouras que já apontam níveis de danos irreversíveis, o que irá dificultar a formação das espigas. Os agricultores devem estar em alerta e podem contar com o auxílio da Emater para realizar o monitoramento e o controle estratégico das pragas”, finalizou Luciano.
Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar – Regional de Frederico Westphalen